Salmão, atum, ômegas-3 e a contaminação por pesticidas e mercúrio

Salmão, atum, ômegas-3 e a contaminação por pesticidas e mercúrio

Vale a pena comer salmão? Tudo depende de onde vem esse salmão!

Por enquanto, minha recomendação como nutricionista é: consuma salmão eventualmente (tipo uma ou duas vezes ao mês, no máximo) e conheça a origem, preferindo consumir salmão selvagem ou chileno. Prefira consumir outras fontes de ômega-3 como o linguado, o arenque, a sardinha, a semente de linhaça e a semente de chia. Evite o atum, mesmo o atum fresco. E somente consuma cápsulas de ômega-3 certificadas pelo IFOS.

Um interessante estudo avaliou a relação risco-benefício do consumo de salmão: os riscos da contaminação com pesticidas e substâncias cancerígenas e os benefícios pelo alto teor de ômega-3, uma excelente gordura para a saúde. Há muita diferença dependendo da origem do salmão!

O salmão selvagem, ou seja, que não é criado em cativeiro, é excelente. Os salmões do Chile e dos Estados Unidos tendem a ser melhores opções, com os mais baixos riscos de contaminação. Mas tudo depende da qualidade do criadouro. Sabe-se que o salmão criado em cativeiro geralmente tem teor reduzido de vitamina D e ômegas-3 e apresenta maiores riscos de contaminação e pesticidas, especialmente os criados na Europa.

Infelizmente não foram avaliados os peixes produzidos no Brasil, mas sabemos que muitos dos salmões que encontramos nos mercados e feiras é criada em cativeiro. O salmão selvagem é difícil de achar e muito mais caro. Muitas vezes o chileno está disponível. Pergunte, converse antes de comprar.

O estudo concluiu que especialmente as crianças, mulheres, gestantes e lactantes podem minimizar os riscos ao escolher outros peixes com menores níveis de contaminantes e pesticidas, como o salmão selvagem e outros peixes de água salgada, como o linguado, a sardinha, o arenque.

Também lembro que a contaminação por mercúrio, embora não seja tão grave no salmão, é uma preocupação no consumo do atum e de cápsulas de ômegas-3. Crianças não devem comer mais do que um filé pequeno (75g) de atum por mês.

Um controle de qualidade rigoroso é recomendado para todos os produtos derivados do óleo de peixe. O International Fish Oil Standards Program (IFOS) realiza a certificação. Se você toma ômega-3 em cápsulas, verifique se a marca que você usa tem esse controle de qualidade.

Por enquanto, minha recomendação como nutricionista é: consuma salmão eventualmente (tipo uma ou duas vezes ao mês no máximo) e conheça a origem, preferindo consumir salmão selvagem ou chileno. Prefira consumir diariamente outras fontes de ômega-3 como o linguado, o arenque, a semente de linhaça e a semente de chia. Evite o atum, mesmo fresco. E somente consuma cápsulas de ômega-3 certificadas pelo IFOS.

 

Referências Bibliográficas:
Foran JA et al. Quantitative analysis of the benefits and risks of consuming farmed and wild salmon. J Nutr. 2005 Nov;135(11):2639-43. PubMed PMID: 16251623.
Hamilton MC et al. Lipid composition and contaminants in farmed and wild salmon. Environ Sci Technol. 2005 Nov 15;39(22):8622-9. PubMed PMID: 16323755.
Lu Z et al. An evaluation of the vitamin D3 content in fish: Is the vitamin D content adequate to satisfy the dietary requirement for vitamin D? J Steroid Biochem Mol Biol. 2007 Mar;103(3-5):642-4. Epub 2007 Jan 30. PubMed PMID: 17267210; PubMed Central PMCID: PMC2698592.